Resumo
As plantas mantêm estreita relação com os seres humanos desde os primórdios da humanidade, seja para sobrevivência, cura ou economia de sociedades diversas. O uso de ervas medicinais e ritualísticas, mesmo com a modernização global das cidades, ainda é bastante disseminado em feiras e estabelecimentos comerciais, encontrados nos centros ou periferias das cidades. O trabalho objetivou identificar as espécies medicinais e ritualísticas comercializadas na Feira da 25 de Setembro, Belém – Pará e caracterizar suas formas de usos, indicações e partes utilizadas, avaliando o conhecimento associado às plantas pelos feirantes e consumidores. No período de setembro a novembro de 2014 foram realizadas visitas diárias com observação participante, aplicados formulários semi-estruturados e entrevistas livres com os feirantes e consumidores. Foram identificadas 148 etnoespécies vegetais, sendo 112 medicinais, 21 ritualísticas e 15 medicinais/ritualísticas. Os chás (68%) compreendem as formas usuais para o preparo das ervas pelos consumidores, sendo a folha (31%) a parte mais utilizada. As etnoespécies comercializadas são procedentes das regiões norte (Amazonas e Pará), nordeste (Piauí, Paraíba, Ceará e Pernambuco) e sudeste do país (São Paulo) e atendem a 16 categorias de doenças classificadas pela Organização Mundial da Saúde. A diversidade sociocultural e vegetal existente nas feiras da região amazônica permite compreender as tramas de saberes, construídas através do comércio e etnoconhecimento dos feirantes e consumidores acerca das ervas terapêuticas que curam e purificam.
Autor
Taiane Novaes do Carmo | Flávia Cristina Araújo Lucas | Gerciene de Jesus Miranda Lobato | Ely Simone Cajueiro Gurgel
Ano da publicação
2015
Palavras-Chave
Amazônia | Biodiversidade vegetal | Etnobotânica | Feira livre
Tipo de publicação
Idioma
Português
Produção dos Grupos de Pesquisa?
Sim