Resumo
O uso de remédios caseiros é um costume brasileiro que muito tem auxiliado na prevenção e tratamento das mais diversas doenças. A Etnobotânica é uma ciência que aborda a forma como as pessoas se relacionam com as plantas, associada à práticas e tradições culturais. O emprego de plantas medicinais para a manutenção e a recuperação da saúde tem ocorrido ao longo dos tempos desde as formas mais simples de tratamento local até as mais sofisticadas de fabricação industrial de medicamentos. O trabalho objetivou identificar as plantas utilizadas para o tratamento de doenças do sistema gastrintestinal na Comunidade de Rio Urubueua de Fátima, Abaetetuba, Pará. No período de julho de 2011 a julho de 2012 foram realizadas entrevistas semiestruturadas com 35 informantes, na faixa etária de 28 a 93 anos. Ao total foram citadas 92 receitas de chás medicinais, sendo 78 destas indicadas somente para o tratamento de enfermidades relacionadas ao sistema gastrintestinal. Os resultados demonstram que 33 espécies são indicadas para distúrbios do sistema gastrointestinal, sendo hortelã (Mentha sp. ), goiaba (Psidium guajava L.), caxinguba (Ficus maxima Mill.) e o açaí (Euterpe oleracea Mart.) as mais frequentes nas receitas empregadas pelos moradores. As doenças do sistema gastrointestinal acometem frequentemente crianças e adultos, com relatos de distúrbios relacionados principalmente à diarreia, dor de barriga, dor de estômago e verminoses. O chá fervido foi o modo de preparo predominante entre as receitas, sendo as folhas, cascas e raízes as partes da planta utilizadas para o preparo. O conhecimento tradicional sobre o uso das plantas é vasto e é, em muitos casos, o único recurso disponível às comunidades que carecem de acesso a saúde pública e medicamentos farmacêuticos de qualidade.
Autor
COSTA, J. C. M. | MOURA, P. H. B. | COSTA, J. C. M. | LEÃO, V. M. | LUCAS, F. C. A.
Ano da publicação
2014
Palavras-Chave
Comunidades Tradicionais | Conhecimento tradicional | Plantas medicinais
Tipo de publicação
Idioma
Português
Produção dos Grupos de Pesquisa?
Sim