Farmácia viva em quintais urbanos: Atenção à saúde na Amazônia

Resumo

O Grupo de Pesquisa em Etnobotânica da Amazônia da Universidade Estadual do Pará, vem estudando o uso de várias espécies vegetais por comunidades tradicionais para o tratamento e cura de doenças. Este estudo teve como objetivo identificar as plantas medicinais mais utilizadas presentes nos quintais do Bairro Mutirão, Abaetetuba, Pará, Brasil, a fim correlacionar dados etnofarmacológicos com estudos fitoquímicos, avaliando a contribuição dessas espécies para promover a saúde em comunidades pobres da Amazônia. A pesquisa se deu por meio de observações não participantes, entrevistas semiestruturadas e visitas guiadas em 189 quintais. Informações fitoquímicas foram coletadas das bases ScienceDirect, Scinfinder, Scopus, DataPlant, Hindawi Publishing Corporation. Foram identificadas 46 espécies terapêuticas, das quais Aloe vera L. Burman. f.; Anacardium occidentale L.; Bixa orellana L.; Kalanchoe pinnata (Lam.) Pers.; Lippia alba (Mill.) N.E.Br. ex P. Wilson e Morinda citrifolia L., foram observadas na literatura científica como potencial antitumoral, calmante, anti-inflamatório e antimicrobiano, confirmando seu uso etnofarmacológico pelos moradores em Abaetetuba. A flora medicinal em torno de casas na Amazônia mantém a diversidade de plantas em ambientes urbanizados, contribuindo potencialmente para a descoberta de novas drogas.