Farinha de Carimã

Descrição Biocultural

INDICAÇÃO BIOCULTURAL:Indicação da Biocultural: A farinha de mandioca é o principal produto extraído da mandioca (Manihot esculenta Crantz, família Euphorbiaceae ), uma espécie arbustiva cultivada há bastante tempo, cuja domesticação na região amazônica está estimada entre 5.000-7.000 anos a.C.. A partir das raízes e folhas da mandioca é possível preparar uma grande variedade de produtos, tais como o beiju, tapioca, puba, maniçoba, tucupi, tacacá, goma, arubê, dentre outros, além de uma grande variedade de tipos de farinhas, como a farinha d’água, a farinha seca, carimã etc.. A massa puba ou carimã é um produto tipicamente regional e característico das regiões Norte e Nordeste do Brasil. Sua produção ocorre através de processos fermentativos, como a pubagem, que reduz a toxicidade através da eliminação parcial dos compostos cianogênicos. Utilizando raízes de mandiocas inteiras ou em pedaços, com ou sem as cascas, coloca-se em recipientes com água e deixa-se de molho por um período que pode variar de 4 a 8 dias. Após essa etapa, as raízes são maceradas, trituradas, peneiradas e secas. O item desta coleção, a farinha de carimã, vem sendo utilizada pela população local na fabricação de pães, massas, bolos, biscoitos e mingaus, com o objetivo de substituir de forma parcial ou integral a farinha de trigo. Ainda é comum a preparação de mingaus para crianças com essa farinha, que além de muito saborosos, apresentam ótima digestibilidade, uma vez que o teor de cianeto residual é muito baixo na carimã.