Cesto de Guarumã

Descrição Biocultural

Indicação Biocultural: Cestos de guarumã, destacam-se como expressão ímpar do artesanato em cestaria no Estado do Pará. Entre os diversos locais que cultivam essa tradição, tem-se os municípios de Abaetetuba, Santarém e Utinga-Açú, além do município de Barcarena. Cada uma dessas comunidades utiliza espécies vegetais específicas, como miriti (Mauritia flexuosa l.f.), tucumã (Astrocaryum vulgare Mart) e guarumã (Ischinosiphon Körn.), respectivamente.
O principal polo de produção artesanal de cestaria em guarumã está localizado no município de Barcarena, conforme informações da Secretaria Especial de Trabalho e Promoção Social do Estado - SETEPS. Esse polo se destaca, em particular, na comunidade de Utinga-Açú.
O guarumã, é uma erva da família Marantaceae , Ischinosiphon Koern (1859), tem sido utilizado por tribos indígenas há muitos séculos. Encontrado nas margens dos rios, em solo alagado (várzea), é do caule do guarumã que são retiradas as talas, essenciais para a atividade artesanal. De acordo com Velthem (1998, p. 20), estudioso das técnicas de trançado em contextos culturais indígenas amazônicos, o guarumã destaca-se como matéria-prima primordial devido à sua durabilidade e apelo estético pois as talas do guarumã apresentam alta flexibilidade e uma tonalidade dourada quando devidamente beneficiadas. Na cadeia produtiva do artesanato em cestaria de guarumã, os homens desempenham papel fundamental na coleta e beneficiamento das talas dessa planta.