Gergelim

Descrição Biocultural

Indicação Biocultural: O gergelim (Sesamum indicum L.) tem sua origem no continente africano, uma das mais antigas oleaginosas conhecidas. Essa espécie foi introduzida no Brasil pelos portugueses e, apesar de ser uma cultura de grande valor econômico, seu cultivo é ainda bastante restrito a pequenas áreas, possuindo uma distribuição tropical e subtropical; é tolerante à seca e sua produção é proveniente principalmente de pequenos e médios agricultores, exercendo, portanto, uma importante função social. Em geral, o óleo de gergelim contém ácido oleico, ácido linoléico, ácido palmítico e ácido esteárico. Esses compostos têm várias funções fisiológicas para a saúde humana, como a atividade estrogênica, proporcionando funções anti-inflamatórias e a diminuição dos teores de lipídios do sangue, além de possuir funções antioxidantes. Além disso, os grãos de gergelim são fonte de excelente óleo comestível, seus ácidos graxos contêm vitaminas A, B e C, além de elevados teores de cálcio, fósforo e ferro. O óleo de gergelim possui ainda uma grande estabilidade, resistente à rancificação e tem viabilidade para produção de biodiesel; também é utilizado na confecção de massas, doces, tortas, tintas, sabões, cosméticos e remédios. Entre seus antioxidantes naturais, os mais conhecidos são a sesamina, sesamolina e outras ligninas. O sesamol (3,4 metilenodioxifenol), também é um composto orgânico presente nas sementes, sendo um excelente antioxidante natural e pode ser usado como antifúngico. Pesquisas demonstram que o óleo de gergelim possui notáveis propriedades contra o envelhecimento, é hipocolesterolêmico e alivia em humanos os sintomas do alcoolismo. No contexto da medicina popular, o chá da folha também é utilizado para o tratamento de derrame.
No Quilombo da Bocaína, as sementes de gergelim após serem piladas são colocadas no leite para que haja a fabricação de um licor muito apreciado pela comunidade.