Corda do Círio de Nazaré

Descrição Biocultural

Indicação Biocultural: A corda é um símbolo religioso do Círio de Nossa Senhora de Nazaré que foi inserido na procissão em 1855, depois de um momento em que o carro de boi que puxava o andor, com a imagem da santa, ficou preso em um atoleiro. A experiência foi tão bem-sucedida que nos anos seguintes a corda foi inserida na procissão do Círio para puxar a berlinda e foi guardada como memória desta tradição. A corda é confeccionada a partir de uma planta do gênero Agave sp. L., família Asparagaceae, é uma erva que teve sua origem no México, na Península de Yukatan. No Brasil a planta é cultivada predominantemente no estado da Bahia, responsável por 95,8% da área cultivada no território brasileiro. A partir do desfibramento de suas folhas é produzido o sisal que possui fibras de grande resistência empregadas para a confecção de artesanatos, bolsas, chapéus, cordas, capachos e tapetes, bem como na fabricação de celulose para a produção de papel Kraft (de alta resistência) e outros tipos de papel fino. Atualmente, a corda compreende cerca de 400 a 450 metros de comprimento, sendo utilizada no sábado de translado e no domingo de círio; é carregada por pessoas de ambos os sexos que, ao conduzi-la, estão levando todo o tipo de promessas. Ao término da procissão, a corda é cortada e distribuída aos romeiros. Por ser considerado um símbolo sagrado, muitos fiéis usam estes pedaços amuleto de proteção nas casas, como tornozeleiras e pulseiras para se livrar do mal agouro; também fazem banhos para o corpo em infusão com água e os remédios para massagens. A corda desta coleção foi coleta na celebração de 2019, em Frente ao Colégio Santa Catarina de Sena, na Avenida Nazaré, em Belém-PA.