Lambedor

Descrição Biocultural

Indicação Biocultural: Espécie arbórea de grande corte, bastante conhecida como Jatobá, é nativa, mas não endêmica do Brasil. Na medicina popular todas as partes de Hymenaea courbaril L. são utilizadas dependendo do tipo de uso. Com a casca é possível tratar enfermidades estomacais, intestinais, inflamatórias, fúngicas, queimaduras e tosse. A seiva melhora o quadro de doenças respiratórias e as folhas os problemas de próstata e cistite crônica. A polpa do fruto é laxante e a resina afrodisíaca, apresentando ainda propriedades tônicas. Justicia pectoralis Jacq. é uma erva terrícola, nativa do Brasil, mas não endêmica, tendo larga ocorrência na América Central. No Nordeste brasileiro é popularmente chamada de “Chambá”, sendo usada em preparações caseiras para tratamento de tosse, bronquite e asma. A espécie faz parte de um programa público de fitoterapia do Brasil denominado “Farmácias Vivas”, e está incluída no cadastro nacional de plantas de interesse do SUS e Formulário Nacional de fitoterápicos. Libidibia ferrea (Mart.ex Tul.) L.P. Queiroz é uma árvore de pequeno porte, denominada de Jucá, sendo nativa do Brasil, é amplamente empregada na fitoterapia popular como anti-inflamatório, cicatrizante e no tratamento de anemia. O chá do Jucá é utilizado para gripes, resfriados, bronquite e até tuberculose. A casca do jucá possui um poderoso efeito antibacteriano, impedindo a proliferação de bactérias nocivas ao organismo. Mentha pulegium L. é uma erva distribuída pela Austrália, África, Ásia, Europa e América do Norte. As folhas são usadas na medicina tradicional para o tratamento de sinusite, intoxicação alimentar, resfriado, tosse, tuberculose, infecções pulmonares e bronquite; também como diurético, antiflatulento, expectorante e contra gases. Ocimum campechianum Mill. é encontrado na Ásia, África, América Central e do Sul, mas o principal centro de diversidade é o continente Africano. Conhecida no Nordeste brasileiro como Alfavaca-do-campo, é uma importante fonte de óleos essenciais presentes nas folhas, inflorescências e sementes da planta adulta, cujas propriedades medicinais, aromáticas e condimentares são reconhecidas e empregadas na medicina natural e culinária regional. O lambedor desta coleção é produzido por D. Raquel, ribeirinha do Xingu, município de Altamira, e serve para curar inflamação de garganta e gripe, tanto para crianças quanto adultos. Ela utiliza no preparo: vagem do Jucá (planta muito resistente segundo ela), casca de Jatobá (tem efeitos expectorantes para tirar catarro do peito), amêndoa de cumaru, hortelã poejo, hortelã panela, às vezes adiciona alfavaca; se tiver andiroba e copaíba também coloca (ela tem medo de usar copaíba em receitas porque pode afrouxar a urina); às vezes usa Verônica, que chama de “cipó para tudo”. Os ingredientes são fervidos em água e açúcar até baixar 1 dedo na panela, depois o material é coado e colocado em outra panela, volta para o fogo mexendo, até ficar com cor dourada, apurando para depois esfriar. Ela recomenda tomar três vezes ao dia, uma colher pequena para dar aos bebês e afirmou que com 1 dia já vê a diferença.