Colar Indígena

Descrição Biocultural

Indicação Biocultura: O objeto em questão foi confeccionado pela etnia indígena Arapiuns, localizada no oeste paraense, nos limites geográficos do município de Santarém à margem do rio Arapiuns, afluente do rio Tapajós. A aldeia Caruci do Povo Arapiuns, encontra-se na Terra Indígena Cobra Grande.
As especificidades do artesanato do povo Arapiuns, acontece claramente através da vivacidade das suas tradições que fundamentam a vida comunitária, podendo ser percebido no envolvimento com à natureza para a manutenção e valorização dos seus saberes tradicionais. Pode-se afirmar que os saberes tradicionais da aldeia Caruci são importantes e devem ser valorizados e difundidos para outras sociedades de preferência aqueles conhecimentos voltados para o cuidado da natureza. Para os povos indígenas um objeto de arte está para além da conotação estética, pois revela um valor cultural e de construção da identidade étnica; representam relações, e emoções porque é através deles que as pessoas existem no mundo. Este colar foi confeccionado com sementes da palmeira tucumã ou tucumã do Pará (Astrocaryum vulgare), uma das palmeiras mais importantes da região e praticamente ocorre em toda a bacia hidrográfica da Amazônia. Sua utilização para diversos fins (artesanal, medicinal, alimentício etc.) está relacionada aos costumes e modo de vida dos povos tradicionais da região. A palmeira pode alcançar uma altura entre dez e quinze metros e possui quantidade muito grande de espinhos no tronco e na própria folha. Nos colares indígenas, além das sementes e penas, predominam desenhos figurativos e geométricos que consideram sua ancestralidade e são usados em cerimônias, rituais ou em dias de festas.