Descrição Biocultural
Indicação Biocultural: O nome da árvore conhecida por andiroba (Carapa guianensis Aubl.), vem dos termos tupis “nhandi” que significa óleo, e “rob” que quer dizer amargo; pertencente à família Meliaceae, encontra-se associada com outras espécies florestais, sendo típica de terrenos alagados pelas marés e nas ilhas baixas, em toda a Amazônia e afluentes. É uma árvore de porte elevado, com diâmetro, às vezes, de até 2m. O fruto é um ouriço redondo, deiscente, formado de quatro valvas duras de cor parda e quando maduro abre-se, deixando cair no chão as sementes. As sementes são poligonais, de casca lisa, um pouco esponjosa, cor marrom-clara, recobrindo uma massa branca e levemente rosada, compactada e oleosa. O óleo extraído das sementes de andiroba é considerado um dos produtos medicinais de grande potencial farmacológico da região amazônica e bastante empregado como medicamento contra contusões musculares, por ser anti-inflamatório, cicatrizante e insetífugo, também é utilizado pela indústria de cosméticos em produtos como sabonete, xampus, velas aromáticas e repelentes de insetos. O óleo é fonte de ácidos graxos essenciais: oléico, palmítico, mirístico e ácidos de linoleico, dentre outros. A casca de andiroba, bem como o óleo, contém o alcaloide carapina, princípio com propriedades medicinais e sabor amargoso devido à presença de taninos. A extração do óleo de andiroba pode ser feito artesanalmente, a partir de conhecimentos ancestrais, e de forma industrial, através de prensas. Na etapa inicial, elas coletam as sementes do chão da floresta (entre os meses se janeiro a junho), depois fazem o cozimento em água, deixando em descanso e fermentam por oito a dez dias. As sementes ficam amolecidas e são cortadas ao meio, de onde separa-se a massa mole que vai formando um “pão”; este começa a ser bem amassado numa tábua/placa de alumínio inclinada para que o óleo escorra. Quando não escorrer e gotejar mais, a massa vai endurecendo e seca. O item foi obtido na comunidade da ilha do Combu, Belém, Pará.
Nome da planta - objeto - produto
Cápsulas do óleo de Andiroba
Número de Registro Etno
MFS_000035_etn
Referências
CAMARGO, M. A. B.; MARENCO, R. A. Growth, leaf and stomatal traits of crabwood (Carapa guianensis Aubl.) in central Amazonia. Revista Árvore, v. 36, p. 07-16, 2012.
Flores, T.B. 2020. Meliaceae in Flora do Brasil 2020. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: . Acesso em: 21 out. 2021
KLIMAS, C. A.; KAINER, K. A.; WADT, L. H. O. Population structure of Carapa guianensis in two forest types in the southwestern Brazilian Amazon. Forest Ecology and Management, v. 250, n. 3, p. 256-265, 2007.
MARINHO, O. R. et al. Determinação da atividade antioxidante de óleos de plantas amazônicas utilizando imagens digitais. Dissertação de Mestrado em Ciência e Tecnologia para Recursos Amazônicos - Universidade Federal do Amazonas. 2014.
Categoria
País
Estado
Município
Matéria prima
Partes Usadas
Família e Nome Científico
Nome Vernacular
Doador
Ano de Entrada
2015