Cesta de tucumã

Descrição Biocultural

Indicação Biocultural: O objeto biocultural em questão é resultado do trabalho criativo de mulheres em suas expressões artesanais. Essas artesãs são responsáveis pelo processo de produção e de técnicas de feituras manuais com traçados de cestarias a partir de fibras vegetais. Nestas elaborações artísticas há sentimentos e valores, criatividade e sensibilidade por envolver um conjunto de representações simbólicas do cotidiano das artesãs e do universo amazônico. A cesta desta coleção foi obtida na cooperativa Turiarte que atua na valoração e divulgação da arte popular do município de Santarém, Pará. As técnicas trabalhadas na confecção das cestarias envolvem conhecimentos passados de geração a geração, dos quais são empregadas as folhas do tucumã Astrocaryum vulgare Mart. (Arecaceae) para a confecção dos objetos; e o açafrão Curcuma sp L. (Zingiberaceae) juntamente com o crajiru Fridericia chica (Bonpl.) L.G.Lohmann (Bignoniaceae) para o tingimento das peças. O tucumãzeiro é uma palmeira coberta de espinhos e seu fruto é muito apreciado pelos amazônidas. Os artesãos costumam usar a palma jovem do tucumã (que ainda não abriu e chamada de olho, brolho ou grelo) para fazer chapéu, abano, leque e balaios. O açafrão é uma erva, de cujo rizoma ou batata se extrai um corante amarelo usado como tempero, medicamento e tingimento das fibras de arumãs e de tucumã. A planta crajiru é uma trepadeira comumente encontrada em quintais e capoeiras. No tingimento das peças do artesanato, o chá de suas folhas maduras dá cor arroxeadas ou avermelhadas às fibras de tucumã.