Indicação Biocultural: A peça de cortiça desta coleção foi obtida na Aldeia Santo André das Tojeiras, Portugal. É uma espécie típica de clima mediterrânico, especialmente em zonas de influência atlântica; no Brasil é encontrada de forma cultivada nas regiões Sudeste (São Paulo) e Sul (Rio Grande do Sul e Santa Catarina). A cortiça é um produto natural e representa o revestimento exterior do tronco e ramos do sobreiro (Quercus suber L., família Fagaceae). No tronco do sobreiro, na sua maturidade, formam-se camadas externas de células mortas denominadas felema (termo botânico), suber ou cortiça. Ao nível da estrutura e composição química da parede celular (cada célula apresenta três paredes) residem algumas das principais características que tornam a cortiça um material tão interessante do ponto de vista tecnológico e, por isso, suas propriedades físicas, mecânicas e químicas são valorizadas há muitos séculos. A cortiça apresenta diversos usos, sendo produzidos materiais de construção para isolamento térmico e acústico, bóias para a pesca, cortiços para abelhas, até à sua aplicação mais conhecida, das rolhas para garrafas de vinho. O descortiçamento do sobreiro se inicia quando a árvore apresenta cerca de 25 anos de idade e 70 cm de perímetro de tronco medidos a 1,3 metro do chão. O descortiçamento é um processo manual ancestral, que requer mãos experientes e muito cuidadosas para não danificar a casca nem a árvore. Portugal é líder mundial na produção de cortiça e na indústria dos seus produtos derivados, sendo um grande exportador para o comércio internacional de produtos florestais.
