Descrição Biocultural
Indicação Biocultural: Os objetos desta coleção correspondem à duas flecha pertencentes aos ameríndios Suruí Aikewara que habitam a Terra Indígena (TI) Sororó, localizada na BR 153 (Belém-Brasília), Km 53. De família etnolinguística tupi-guarani, os Aikewara são hipoteticamente parte dos povos Tupinambás da Amazônia e isso é evidente ao se observar a verossimilhanças de suas expressões culturais com as dos Assurini, Parakanã, Tembé, Ka´apó, Guajajara etc. Durante décadas difíceis e dolorosas, após contatos com a sociedade brasileira, os Aikewra passaram por várias transfigurações étnicas. Contudo, eles ainda conservam os muitos dos hábitos festivos e alimentares de seus ancestrais. Um exemplo deste cultivo das práticas tradicionais é o da caça. Sob o imperativo do Grande Espírito (Karuara) da Mata (Ka´a), os Aikewara caçam somente o necessário para alimentação coletiva. Mesmo que muitos cacem com armas de fogo, a arte simbólico-ritual do arco e flecha e também da caça é uma prática cultivada com muito esmero. As flechas em questão são feitas de taquara, uma das diversas espécies de bambu (Bambusa sp.) existentes no Brasil, ou taboquinhas, pequenos bambus Akamasiron na língua Aikewara, coletados na própria TI Sororó. Suas pontas bem agudas podem ser feitas de parte dos ossos de macacos guaribas ou da própria taboquinha. As penas que dão precisão ao lançamento das flechas, são feitas da plumagem das araras ou dos mutuns.
Nome da planta - objeto - produto
Flechas
Número de Registro Etno
MFS_000815_etn
Referências
HEMMING, J. Árvore de Rios – A História da Amazônia. São Paulo: Editora Senac, 2011.
VELTHEM, L. H. van. O Belo é a Fera – A Estética da Produção e da Predação entre os Wayana. Lisboa: Museu Nacional de Etnologia, Assírio & Alvim, 2003.