Descrição Biocultural
Indicação Biocultural: O jambú, Acmella oleracea é uma erva encontrada em regiões tropicais próximas à linha do Equador na África, Ásia e América do Sul. A ausência de grandes populações selvagens indica que esta planta não é nativa do Brasil, sendo encontrada apenas na forma domesticada. Encontra-se bem documentada pelos seus usos populares: tempero, antibacteriano, antifúngico, antimalárico, e como remédio para dor de dentes, gripe, inseticida, tosses, e também no tratamento de ferimentos da boca, devido ação anestésica pela presença do constituinte espilantol. Contém até 0,7% de óleo essencial, responsável pelo cheiro característico da planta. O jambu é rico em isobutilamidas bioativas e a molécula mais bioativa é o alcaloide anti-séptico, comumente chamado de espilantol. Devido a esta substância há diversas aplicações tradicionais e pela indústria farmacêutica, alimentícia, e de produtos para a saúde e cuidados pessoais. É bastante empregado como: estomáquico, excitante e tônico; carminativo, emenagogo, abortivo, digestivo, febrífugo, cicatrizante, antigripal, antiespasmódico, narcótico, desinfetante e antiasmático; o chá ou xarope das folhas é útil contra tosses e problemas hepáticos; os extratos da planta são efetivos contra parasitas da malária e tratamento de tuberculose por ser imunoestimulantes. O uso popular de tintura e xaropes das folhas e flores para a anemia e escorbuto se dá pela presença de ferro e vitamina C. As folhas ou capítulos florais servem contra anemia, dispepsia, afecções da boca e da garganta (estomatites), e dores de dente; a decocção das folhas é diurética e trata cálculos renais e biliares. Age nas afecções da pele e pulmão (expectorante e como tônico geral nas bronquites e tosses rebeldes). Na indústria cosmética, o extrato de jambu é tem sido matéria-prima de produtos anti-sépticos como creme dental e enxaguatório bucal; em cremes e máscaras faciais anti-sinais. Na culinária, o jambu é uma planta símbolo da cultura regional amazônica sendo componente principal de pratos típicos como o pato no tucupi e o tacacá. A ingestão do jambu tem efeito estimulante e anestésico na boca, conferindo um sabor único. Na comunidade em questão, o chá das folhas é utilizado para tratar pedra na vesícula.
Nome da planta - objeto - produto
Jambú - Exsicata
Número de Registro Etno
MFS_000357_etn
Referências
(Silva, G.C. 95)
BORGES, Luciana da Silva. Biomassa, teores de nutrientes, espilantol e atividade antioxidante em plantas de jambu (Acmella ciliata Kunth) sob adubações mineral e orgânica. 2009. xvii, 108 f. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Ciências Agronômicas de Botucatu, 2009.
FREITAS-BLANCO, Veronica Santana de et al. Extração de espilantol no contexto da química verde e sua aplicação no tratamento da mucosite oral. 2018.
GILBERT, Benjamin et al. Acmella oleracea (L.) RK Jansen (Asteraceae) Jambu. 2010.
Levantamento etnobotânico de plantas medicinais em duas comunidades da região serrana do Rio de Janeiro, Brasil. 2019.
Nº de Registro de Exsicata
MFS006859
Categoria
País
Estado
Município
Local da Obtenção
Matéria prima
Partes Usadas
Família e Nome Científico
Nome Vernacular
Coletor
Ano de Entrada
2017